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Sunday, October 22, 2006

 

Triangulo dourado revisitado (ser Humano em Indiano)

Aqui temos um condutor de elefante em cima do seu veículo cuidadosamente decorado. Este grande ser vivo creio que pertence a uma companhia de elefantes, assim como cá temos companhias de táxi eles lá têm companhias de bichos veículos e este, como podem ver no lado esquerdo da fotografia é o número 5. O senhor presente neste retrato, assim como todos os que trabalham com elefantes nesta zona, fazem a subida para a magnífica antiga cidade de Amber em Jaipur. Posso dizer que é dos sítios mais bonitos que já visitei, devido ás suas construções que inseridas na paisagem fazem uma gloriosa obra de arte feita pelas mãos do homem e de Deus.
Pretendo aprazer os olhos dos visualizadores do Iandiwords com um post inteiramente dedicado a Amber.

Quando tirei esta fotografia, a minha ideia era mostrar um paradoxo cultural que despertou a minha curiosidade. Á frente de um complexo de edifícios moderníssimos, certamente de escritórios estava um outro complexo improvisado de lata, terra madeira e tudo o que pudesse servir para fazer paredes e tectos. Isto faz me reflectir mais uma vez sobre o conceito de normalidade e questionar o etnocentrismo. Muitos falam dos indianos como subdesenvolvidos, chamam-lhes monhês, que só sabem vender flores e tapetes mas esquecem-se que é na Índia que fica a fábrica da Microsoft, que há muitos indianos conceituados em meios académicos, que é na Índia que fica a indústria cinematográfica mais lucrativa do mundo, que um indiano foi responsável pela obtenção da independência do seu país por via pacifica. São pessoas que consideram a sua cultura superior, mas não serão a ignorância, o desconhecimento cultural e a crença cega na superioridade traços de inferioridade?
Em vez de aparecer o paradoxo referido, apareceu-me esta imagem com uma dinâmica e uma Iluminação que adorei.

Esta imagem chamou-me a atenção pela sua beleza, o amor em harmonia com a natureza. Leva-me a pensar na associação que há entre Índia e o amor livre. Mas atenção, é livre se for dentro do casamento, fora é crime, mas se estiverem casados e forem hindus estão autorizados a praticar todas as posições, técnicas e exercícios sugeridos no Kama Sutra, assim como o estilo de vida que este aconselha.
Este quadro apareceu-me no caminho para o mausoléu de um dos maiores libertadores de sempre: Mahatma Ghandi
Indiano a caminho para o trabalho, a mala de empresário e a gravata não chocam com a bicicleta. Cá em Portugal, com a mala e a gravata estaria o Audi que parece que é sinal de Status elevado, mas incrivelmente num país nórdico mais desenvolvido que o nosso, como é a Holanda, parece chocar mais o kit Português que o indiano.

Aqui temos a janela superior de Ganesh Pol, uma entrada cerimonial. De lá uma criança olha curiosamente para o estranho turista europeu que se passeia com duas máquinas que vai metendo á frente da cara. Esse turista sou eu e assim como um indiano é para mim alvo de curiosidade ao ponto de lhes dedicar este post e outro, eu sou também para ele objecto de curiosidade. O meu irmão que me acompanhou nesta viagem tem o cabelo de um louro forte e queimado pelo sol, o que fez com que frequentemente alguns indianos parassem espantados a observá-lo de perto como quem aprecia um quadro.


Mundiano

Comments:
Vivam as viagens, Tiago. Viva a abertura de espírito que cada uma delas nos dá. Vivemos num país tacanho e de mentalidade fechadinha, não é? Somos mesmo pequeninos... (embora EU não acredite nisso ;)
 
Eu também não acredito nisso,
Tanto é aprendizagem para um indiano vir a Portugal como um português ir á India.
 
curiosa a tua visão sobre a índia,nao pareces um simples turista, do tipo de seguir roteiros e guias turísticos... tentas-te perceber a realidade daquela cultura... é por aí... abraço.
 
Quem diz "daquela", diz de todas as outras por onde já passou este nosso viajado amigo... Para quando uma versão "where the hell is tinga?" ;)
 
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