.comment-link {margin-left:.6em;}

Thursday, January 26, 2006

 

Racismo, uma forma de ignorancia

Este fim-de-semana que passou, um grupo de skinheads resolveu entrar no Bar Ferdis na rua da polícia, em cascais e começar a partir tudo o que puderam. Entretanto apareceu a policia já depois deles terem fugido que começou a interrogar e a incomodar as vítimas do incidente. A festa acabou e os skinheads suponho que ficaram contentes. Acho que nunca consegui perceber esse tipo de movimentos nazis, fascistas, skinheads e racistas. O que é que eles sugerem, que ideais defendem?... Que a raça branca pura é superior e que o resto devia ser exterminado? Não considero o vandalismo um acto comum de um ser humano superior aos outros e acho que qualquer pessoa no seu perfeito juízo concorda comigo. Não é a primeira vez nem a segunda que actos de vandalismos são efectuados por esses sujeitos que se orgulham de pertencer a uma raça superior. Ainda há pouco tempo em Cascais, o bar Bolchevique e a sede do partido comunista foram completamente vandalizados por skinheads. Outra informação que me revoltou profundamente foi ter sabido que associação nacional skinhead portuguesa foi aprovada e anexada á associação internacional de Skinheads.
Acho que este tipo de movimentos devia parar e pensar sobre o que anda a fazer e questionar-se sobre os seus fundamentos. Estes consideram-se superiores mas esquecem-se que enquanto os europeus viviam na idade média, numa sociedade subdesenvolvida e desorganizada, em zonas do mundo como a Azia e a América do sul já existiam civilizações muito superiores em todos os aspectos. Também se esquecem que foi em Africa que surgiu a primeira grande civilização no mundo, a Egípcia. Foi também em Africa que surgiram os primeiros descendentes do homem. A nossa cultura ocidental europeia também tem muitos aspectos positivos, mas a verdade é que conseguiu destruir quase todas as outras culturas e torná-las dependentes de si. Apesar disto tudo, estes movimentos consideram a raça branca superior.
Será assim tão difícil perceber que não há raças superiores, há uma raça, a raça humana que tem muita diversidade resultante de adaptações climatéricas e geográficas. Por isso é que temos cores diferentes, características físicas diferentes e maneiras de estar e pensar diferentes, é por adaptação ao nosso habitat. Quem mesmo assim, apesar desta informação continua a ser skinhead, deve ser ignorante de certeza.


Monday, January 23, 2006

 

Na pizzaria aqui da minha zona, onde costumo ir com frequência devido ás suas maravilhosas pizzas , tanto a nível gustativo como a nível financeiro, trabalha uma interessante personagem de nome Elga. (é um nome estranho, não é? Pelo menos nunca tinha ouvido). É uma rapariga simpática, bem-educada, tímida, de estatura baixa, ligeiramente gordinha e atarracada, usa uns óculos grossos, o cabelo mal cuidado e umas roupas que indicam a sua falta de preocupação com o visual. Este conjunto todo faz com que Elga seja alvo de risotas e desinteresse pela parte dos homens, o que não a deixa minimamente perturbada. Mas não foi só este aspecto que causou em mim interesse e curiosidade por esta doce criatura. Desde a primeira vez que a vi que notei nos seus olhos um brilho que não corresponde com sua aparência e vida que leva. Mesmo a indiferença demonstrada a comentários relativos á sua realidade aparente, que supostamente a deviam deitar abaixo, sempre foram para mim um indicador que esta criatura não era o que dava a parecer. Isto fez com que a minha cabeça começasse a produzir uma data de segundas personalidades para Elga, algumas delas um pouco ridículas até. Comecei por imaginar uma super Elga, heroína adaptada aos nossos tempos, detective investigadora de casos de exploração e desumanização durante a noite e, durante o dia voltava a ser a pacatita Elga da pizzaria. Depois pensei na hipótese de ser uma grande escritora mascarada por um pseudónimo, também cheguei a imaginar que se vestia de hipopótamo num parque de diversões e animava crianças com prazer e dedicação. Claro que a hipótese dançarina exótica passou pela minha cabeça, mas não percebo muito bem porquê, a ideia de Elga a despir-se para muita gente não se encaixa muito bem.

Mas a verdade é que a minha exagerada curiosidade fez com que fizesse uma coisa que nunca antes tinha feito. Assim, como que inconscientemente dei por mim a espiar esta simpática criatura. Segui-a depois dela sair da Pizzaria, vi-a entrar em casa. Pude reparar que parte do dia passava em casa e que dia sim/dia não ia a um prédio de escritórios em Lisboa onde não demorava mais de 40 minutos. Este dado sobre Elga intrigou-me, afinal sempre havia algo para além da pizzaria. Fui ver de que é que eram os escritórios, mas haviam tantas empresas nesse mesmo edifício que não pude tirar qualquer conclusão. Após a segunda semana, quando me comecei a aperceber do que andava a fazer, o ridículo e estranho que era, resolvi acabar com a palhaçada, que afinal também não me estava a levar a lado nenhum. Apesar de trabalhar com a mãe (dona da pizzaria), estranhamente Elga não vive com ela, vive com uma rapariga de beleza opressora e gestos doces, numa casa de boa qualidade. Porém, ela e a mãe tem uma óptima relação e passam muito tempo juntas, mesmo fora do trabalho. Foi isso que permitiu á mãe da rapariga perceber que eu andava a seguir a filha. Um dia a senhora veio ter comigo a pedir explicações. Tive que arranjar uma desculpa decente, não me podia desculpar dizendo: AAH não ligue, é que tenho um certo desequilíbrio mental e gosto de espiar a vida alheia. Disse-lhe portanto que era psicólogo e que Elga era uma pessoa que podia vir a ser um óptimo objecto de estudo. A senhora gostou da ideia de ver a filha envolvida num importante projecto de psicologia e dispôs-se a fornecer toda a informação que pudesse sobre a filha. Contou-me então a espantosa história de Elga que me impressionou ainda mais do que esperava.

Elga teve uma infância saudável e normal, nunca lhe faltou nada, brincava como as outras crianças e sempre teve uma grande paixão por música e uma veia rebelde. A sua juventude foi de facto rebelde, principalmente a partir dos 16 anos. Até lá, ia á escola onde sempre teve umas notas razoáveis, excelentes a português. Aos 15, a sua paixão por música levou-a para o agitado, louco e arriscado mundo do Rock. Começou-se a dar com uns jovens rebeldes, com quem se juntava para ouvirem , analisarem, criticarem música e dizerem mal do sistema. Começou então a vestir-se como os seus amigos, a ir a concertos e foi também nessa altura que aprendeu a tocar guitarra e começou a compor as primeiras músicas. Aos 17 ela mais três amigos formaram uma banda de rock com ela na voz principal e na guitarra ritmo. Começaram a ensaiar as músicas que ela previamente tinha escrito e passado um mês e tal já tinham um reportório de dez musicas, muito básicas e ainda ligeiramente mal interpretadas mas que tiveram uma grande aceitação pela parte dos amigos que inclusivamente davam por si a cantar os refrães. No fim desse ano já tinham um reportório consistente, de excelente qualidade para o tempo que tocavam. O estilo de rock que tocavam estava entre o punk e o pop rock melódico, que ganhava especialmente pela qualidade das melodias e das letras interventivas ou românticas, todas provenientes da cabeça de Elga. Aos 18 anos, resolveu sair da escola e dedicar-se inteiramente á banda que já estava por Portugal a dar uns concertos, chegaram mesmo a ganhar uma certa fama e reconhecimento por parte dos amantes deste estilo de música. Por muito que custe a acreditar aos clientes habituais da Pizzaria onde trabalha Elga, esta rapariga aos 18 anos era muito atraente, não era muito alta mas tinha um cabelo comprido e brilhante, um corpinho curvilíneo, usava roupas mais sensuais e era muito interessante e simpática. Depois de sair da escola passou algum tempo só dedicada á banda e mais tarde entrou no conservatório que fez com sucesso. Aqui apaixonou-se por um homem mais velho que lhe provocaria um desgosto amoroso devastador. Este infortúnio coincidiu na altura que a banda acabou, já tinha ela 22 anos e ficou completamente deprimida. Fechou-se em casa, deixou de falar com os amigos e amigas, desinteressou-se por tudo, engordou, passou a usar óculos em vez de lentes de contacto e deixou de se preocupar com o visual. Esta fase demorou cerca de 6 meses, depois lá se compôs, foi trabalhar para a pizzaria da mãe. Hoje em dia, para além de trabalhar com a mãe, escreve musicas e letras que vende a editoras, já chegou ao ponto de criar o conceito completo de algumas bandas com bastante sucesso. Para além disso vive com uma mulher com quem parece ser feliz.

Pude concluir que Elga é uma mulher de sucesso, feliz e realizada na vida, porém prefere levar a vida pacata de uma empregada de mesa e viver a sua vida de sucesso na sombra. A mãe de Elga pediu-me que não contasse a ninguém o segredinho de Elga a ninguém e assim o fiz. Esta história leva-me a pensar: será que há assim muita gente a levar duas vidas, durante o dia são simples miseráveis, durante a noite vestem a capa e são pessoas de sucesso e realizadas. As aparências iludem, julgar sem conhecer é um erro.


Saturday, January 21, 2006

 

Bangkok paradoxal





O caos urbano da cidade de Bangkok misturado com a paz, simpatia e misticidade religiosa do povo tailandês é ao mesmo tempo assustador e reconfortante. Sentimo-nos perdidos na confusão da capital tailandesa, somos atacados por uma explosão de aromas exóticos ( provenientes da comida que é cozinhada na rua ou mesmo do esgoto) e uma explosão de cores, luzes e barulhos do transito repleto de ruidosas motas. Nesta cidade há um cruzamento entre a cultura ocidental e a cultura de um país
Subdesenvolvido. Ao andarmos pela rua deparamo-nos com pobreza evidente, somos constantemente atacados por indígenas que nos querem vender algo. Esta pobreza contrasta escandalosamente com a grandiosidade dos edifícios e dos graciosos templos feitos de ouro e outros materiais preciosos.
Nesta cidade há maneira de nos encontrar-mos com a realidade desta cidade antes de aí chegar a civilização. Quando avançamos nos canais de Bangkok e entramos na zona com mais vegetação sentimos que estamos a sair da civilização e a entrar numa zona rural. É aqui que nos apercebemos da beleza do povo tailandês, puro, humilde, acolhedor, místico, religioso e de mente aberta


This page is powered by Blogger. Isn't yours?