Iandiwords

Começaram a surgir Outdoors muito apelativos que diziam simplesmente PREPAREM-SE, ou ESTÁ PRESTES A SURGIR, e dentro de uns dias o nosso país vai mudar. Esta publicidade toda feita pela Cativa despertou grande curiosidade em todos os portugueses que andavam com a ideia da mudança há algum tempo. Quando se chegou ás vésperas das eleições legislativas surgiu nesses mesmos outdoors a apresentação de um novo partido cujo o slogan era “descobrimos a solução”, “somos a solução”. Estas publicidades ainda não diziam o nome do partido nem as caras do partido, o que despertou ainda mais curiosidade nas pessoas. Os média começaram a fazer frequentes questionários acerca deste novo fenómeno, que acabaram por indicar que a maioria da população estava muito curiosa por saber que partido era este e que já muita gente depositava as suas esperanças de salvação do país neste misterioso partido.
Estavam preparadas as condições para o projecto solução arrancar, a sociedade sonhava com a mudança, o partido, mesmo incógnito, estava a despertar grande curiosidade a toda a população e já havia reacções positivas relativas a esse. Já só faltava apresentar o partido á sociedade e decidir quem iria ser o seu representante principal, o que tinha que ser muito bem pensado.

Começou-se por pôr as personagens mediáticas e os opinion makers envolvidos neste projecto a queixarem-se das condições do nosso país, da incompetência dos políticos responsáveis. De repente era comum ouvir Miguel Rogeiro, opinion maker de direita, mais apreciado pela classe mais alta, a dizer coisas como: “O que o nosso país precisa é de um novo Salazar”. O escritor Marcelo de Sousa Pinto, opinion maker de centro esquerda, preferido pelas classes média e média alta começou a fazer ferozes criticas fundamentadas ao governo e o jornalista Nuno Tavares mais ouvido pelas classes mais baixas começou a fazer apelos para as condições em que vivem os mais desfavorecidos. Na comunicação social, como já tínhamos referido, estavam também representantes deste grupo, tanto na ribalta como nos bastidores. Os programadores de cada canal começaram a aparecer com debates onde os problemas do país eram diariamente discutidos, os telejornais mostravam cada vez mais reportagens relativas á situação económica do país e á acção politica insuficiente dos políticos responsáveis. O canal dedicado aos jovens e os líderes das bandas mais carismáticas do cenário musical português começaram a fomentar uma ideia de necessidade de mudança. Passado cerca de dois meses, estava instalada na sociedade a ideia de que as coisas estavam mal e que se tinha que mudar urgentemente. O primeiro objectivo estava concretizado, estava na altura da empresa de publicidade Cativa entrar em acção.



A continuação deve sair para a semana

Finalmente se chegou á segunda fase do trabalho: a criação das bases para pôr o plano em prática. O objectivo deste plano, como sabemos, é tirar o nosso país da crise em que se encontra. Provavelmente estão a pensar num golpe militar como maneira de atingir esse propósito, mas isso seria uma má alternativa pois o povo descontente não funciona bem e consequentemente a sociedade também não. O estado novo pode ter tido sucesso em alguns aspectos, tirou o país da crise económica mas fez crescer uma crise social que acabou num estado de anarquia que ainda se está a resolver. Para além disso, hoje em dia uma ditadura seria impossível pois as pessoas têm muito mais consciência da realidade que os rodeia em larga escala e noção da politica do seu país e do mundo, não é como em 1928 em que só cerca de 10% do país sabia que o país estava em ditadura e só 2% sabia o que isso queria dizer. Mas é verdade que a única maneira de resolver a crise de um país é através do poder politico e sim é aí que o nosso grupo quer chegar, mas por via pacífica e democrática. Assim se explica o trabalho todo de preparação, fez-se um estudo da sociedade portuguesa para perceber quais as suas necessidades, preferências politicas, maneiras de os persuadir e etc. Agora o próximo passo deste projecto é preparar a sociedade para a chegada deste novo produto revolucionário.



A quarta parte sai já amanhã e não se esquecam de ler a primeira e a segunda.

E o homem saiu do mato passados 3 meses e disseram que tinha voltado doido só porque dizia ter encontrado a verdade. Ele disse " depois de me ter começado a alimentar da raiz de uma certa arvore as minhas dúvidas desintegraram-se no ar, tudo começou a fazer sentido, quebrei a fronteira entre o mundo real e o mundo onirico, neste momento são só um, estou mais livre que vocês todos, já não sou prisioneiro da mentira e da ilusão, agora sou filho da verdade e do equilíbrio." O povo ouviu isto e supôs que o homem estivesse a delirar, deixaram-no a um canto, não lhe deram mais ouvidos e rotularam-no de maluquinho da aldeia. Lá em cima o senhor lamentou-se: ainda não estão prontos para esse próximo nível de consciência

A primeira parte deste texto está ai, leiam antes de ler esta

Este grupo tem 26 pessoas, pelo menos para esta reunião e o que os leva a reunir não é conversa mole nem lazer. Já todos ouvimos falar de sociedades secretas como a maçonaria, que exercem um poder mítico e incalculável na nossa sociedade. Mas será que têm assim tanto poder? Se assim é, porquê que continuamos em crise há tantos anos? Pois este grupo também é uma sociedade secreta que surgiu recentemente com o objectivo de resolver a crise em que está mergulhado o nosso país. Começou com o envio de cartas redigidas por um mestre fundador que até agora ainda não se fez identificar. Estas cartas feitas sobre a forma de convite, explicavam as intenções desta iniciativa, os meios para atingir o objectivo e tinham uma morada de um site que era uma comunidade cibernética, onde os ilustres convidados se deviam registar em anonimato com o nome indicado pelo fundador. A ideia da comunidade foi testar o grau de motivação, de confiança e interesse dos convidados e ver se realmente se conseguia manter o projecto secreto. A experiência durou 9 meses e foi bem sucedida, todos os membros permaneceram e com um elevado grau de interesse e empenho. Passado esse espaço de tempo experimental, deu-se a reunião que deu inicio a este texto.
Todas as reuniões decorreram da melhor forma, houve discussões, principalmente por parte das diferentes fracções politicas, mas foram sempre construtivas. Foram analisados obras como o príncipe de Maquiavel e outros autores de ciência politica, estudou-se história politica, no mundo e mais especificamente em Portugal, verificou-se estudos feitos na área da sociologia e da psicologia sobre a sociedade e o povo português, testou-se o resultado destes estudos com certas estratégias de marketing e descobriu-se então as melhores estratégias para aliciar, captar e pôr o povo português do lado pretendido. Este trabalho de estudo demorou três meses e ficou a cargo da equipa ou departamento de preparação, constituído por todos os teóricos de cada área.

A continuação deste texto sairá para a semana

Estou farto de ouvir pessoas dizer que Portugal é uma porcaria de país, que não presta, que só no nosso país é que acontece isto e aquilo: só no nosso país é que a policia não faz nada, só no nosso país é que os deputados faltam quase todos no mesmo dia, só no nosso país é que metade da população vive á conta do estado, só no nosso país é que as coisas não andam para a frente. Então e tu fazes alguma coisa para isto andar para a frente? não vives também á custa do estado?... Ah e tal mas eu sou um caso diferente…és? Porquê?... … Será que essas pessoas não vêem o que se passa em Africa ou em certos países da América do sul, da Azia ou no leste europeu. Estas pessoas desagradam-me um pouco, principalmente quando parecem ter atitudes nacionalistas e xenofóbicas. Também há outra coisa que eu não percebo, será que essas pessoas quando Portugal está num Euro ou num Mundial, têm um ataque de amnésia? É que de repente o país que era terrível tornou-se o melhor do mundo. Olhem, eu vos digo, tenho orgulho em ser português, sinto-me orgulhoso de pertencer a este povo de coração romântico e bandido, que consegue perceber que quando as coisas estão mal o melhor é criticar em vez de resolver, gosto de viver neste país que se gosta de considerar desenvolvido mas que tem muitos traços de subdesenvolvimento

Quando tudo não é suficiente, quando achamos que nada nos surpreende, quando toda a arte parece a repetição saturante de tudo o que dantes era original, quando caímos lá de cima e apercebemo-nos que nunca saímos cá de baixo… Nesse momento só aquele sorriso, aquele olhar, aquele arrepio de ternura nos pode salvar

Foi numa tarde de reflexão e debate político, não sobre preferências politicas, mas sim sobre meios de alcançar o poder. Foi nesse contexto que desceu até mim, como uma luz esclarecedora, uma espécie de ideia que se manifestou sobre a forma de imagens, intercepção de raciocínios, palavras desenhadas na zona superior do meu crânio, sugestões e conversas faladas, mas inaudíveis e mais umas coisas que não percebi. Ao princípio fiquei sem perceber, só a receber informação e a tentar processá-la de forma a construir algo coerente. Quando o turbilhão acalmou pude ver passar uma história á minha frente, cheia de sentido e aplicabilidade.
É esta revelação que pretendo comunicar, simplesmente porque a preciso de a tirar para fora, não espero que me levem a sério, nem que aproveitem nada deste texto que pode ser usado tanto para o mal como para o bem.

Numa zona desconhecida, nos arredores da cidade de Lisboa, numa mansão de estilo romântico do século XVIII, encontram-se um grupo de personagens influentes nas áreas da politica, comunicação, economia e ciências, muitas delas do nosso conhecimento. (Para falar das pessoas envolvidas nesta revelação/projecto, usarei nomes fictícios). Estão presentes nesta reunião Alberto Figueiras, o principal aconselhador do nosso primeiro ministro, Henrique ferro, dono de dois dos mais importantes, dos sete principais grupos de comunicação de Portugal, junto a ele está Javier Castells, um conceituado sociólogo espanhol e líder do principal grupo de comunicação da península ibérica. Está também presente a lindíssima, a inteligentíssima, a carismática Isabel Moura Pinto, apresentadora de televisão e a mulher mais amada pelos portugueses. Para completar o quadro temos também as personagens mais mediáticas de cada canal português, estão também presentes dois lideres de duas das bandas que mais impacto e popularidade têm nos jovens, sendo esses lideres, opinion makers para essa faixa etária. No lado mais sério deste grupo temos três importantíssimos cientistas portugueses, dois deles vivem no estrangeiro, um é especializado em neurologia, um em genética e o outro em ética na ciência, há também mais um sociólogo, dois psicólogos, um antropólogo e um politólogo. Temos representantes dos cinco partidos principais, temos os principais opinion makers portugueses, Miguel Rogeiro, o jornalista Nuno Tavares e o escritor Marcelo de Sousa Pinto e temos também o líder da principal empresa de publicidade portuguesa, a internacionalmente conceituada, Cativa. Está também presente neste grupo um técnico informático e um especialista em novas tecnologias, um dos principais cardeais católicos portugueses e representantes dos imigrantes de leste, brasileiros e africanos.


Este texto tem continuação que deverá sair para a semana