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Tuesday, November 20, 2007

 

A paz esquecida (parte III)

Adormeceu como um bebé só adormece no colo da sua mãe e acordou passado poucas horas devido ao calor. Quando abriu os olhos não acreditou que já estivesse acordado, á sua frente estava um leão, tinha a certeza, já tinha visto em filmes, aquilo era um leão em pleno deserto.

Ficou impressionado com a posse altiva do animal e sua elegância de felino respeitável, sentiu uma certa admiração pelo leão mas por outro lado o seu instinto de caçador levou-o a disparar sobre ele. O estrondo da bala assustou-o como nunca tinha assustado e ver o animal a sofrer fê-lo arrepender-se. O Leão não estava morto mas Pierre também não era capaz de disparar outra vez sobre o animal para acabar com o seu sofrimento, em vez disso ficou a olhar entorpecido para o que tinha acabado de fazer durante uns minutos e foi-se embora sem conseguir pensar lucidamente no que tinha feito. O que para ele dantes seria um triunfo agora estava-lhe a pesar. Voltou a sentar-se na areia ainda desorientado consigo mesmo até começar a ouvir um som estranho que se vinha aproximando até se tornar nítido e perturbante como um choro, olhou para trás e viu um menino muito escuro, que não devia ter mais de dez anos, tão nu que se viam os ossos, era ele que chorava e num tom que se ouvia com a alma.

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