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Tuesday, February 27, 2007

 

hipocrisia ou ignorancia partidaria

Peço desculpa aqueles que estão fartos do tema do aborto mas resolvi referi-lo, não para discuti-lo propriamente mas como meio de compreensão (ou incompreensão) de um outro problema.

É sabido que o mundo é feito de contradições e conflitos, por vezes devido á natureza das coisas mas outras vezes está relacionado com uma hipocrisia que muitas pessoas praticam de que nem elas próprias têm consciência ou simplesmente não querem ter. O movimento do “Não” diz que defende a vida e chega em certos casos a chamar de assassinos aos defensores do “Sim” (mais de metade da população que cumpre o dever cívico), acusando este outro movimento de ser constituído por pessoas que não têm respeito pela vida humana (neste caso intra-uterina).
Sugiro então que analisemos o perfil das pessoas que defendem o “Não”. Vou começar pela igreja católica e toda a comunidade católica, por serem os activistas mais fervorosos desta causa. De modo algum, considero os membros da igreja e os seus seguidores assassinos (não se pode generalizar, erro terrível de muitos dos defensores do “Não”) mas se calhar também não os considero as pessoas com maior legitimidade para se auto-intitularem de defensores da vida. As razões para tal afirmação são históricas e muitos considerarão descontextualizadas, mas penso serem acusações mais legitimas que as proferidas pelos defensores do “Não” ao movimento do “Sim”. Sabe-se que a igreja promoveu cruzadas causadoras da morte de inúmeras pessoas (chamavam-lhes infiéis, mas isso não existe, o que há é pessoas com fés diferentes), sabemos da inquisição, responsável pela morte de milhões de seres-humanos inocentes que se hoje em dia existisse, tinha mandado para a fogueira mais de metade dos portugueses que cumprem o dever cívico (os que votaram no “Sim”).
Continuando a analisar o perfil destes militantes, é obvio que isto não é certo mas a maioria dos partidários do “Não” identificam-se com a direita politica e se analisarmos, esta também não é a mais defensora da vida. Digo isto porque me parece que na maioria dos casos os partidos de direita são mais ligados aos valores do patriotismo e portanto da defesa da nação o que os faz serem mais facilmente apoiantes de decisões de guerra. Acho que o exemplo mais actual que temos é o da guerra do Iraque, defendida na opinião pública através de uma mentira, por um governo de direita, apoiado pelo governo liderado pelo PSD, também de direita. Na minha opinião defender uma guerra é sempre o oposto de defender a vida. Não me venham dizer que é defender a vida de uma nação em deterioração de outra nação, a via diplomática é a sempre e a única que considero válida.
Não se trata aqui da questão do aborto, trata-se de hipocrisia ou simplesmente ignorância e falta de reflexão praticadas por um número chocante de pessoas e que tem que acabar se queremos que as coisas que andem no sentido certo.

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