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Tuesday, February 06, 2007

 

Aborto: Despenalização ou não?

Eu obviamente também sou a favor da vida. Estar pelo “sim” ou pelo “não”, não se trata de ser contra ou a favor da vida como tentam fazer parecer os partidários do “não”. Obviamente que toda a gente é a favor da vida, tirando homicidas e suicidas, que penso serem raras excepções e não existe nenhum estudo que prove que os haja mais no lado do “sim”. Eu sou da opinião de que nunca em nenhum caso se deve fazer um aborto, porém respeito e compreendo qualquer mulher ou casal que tome a decisão de não ter um filho com SIDA, que seja fruto de uma violação ou que venha ao mundo com terríveis dificuldades de saúde ou económicas. Apesar de não concordar com nenhum tipo de aborto ou IVG, descobri recentemente um estudo que apresenta factos interessantes e reflexivos. Falo de uma relação de dados apresentada no livro Freakonomics de Steven D. Levitt e Stephen J. Bubner, que nos podem levar a conclusões inesperadas: No início dos anos 90 nos E.U.A a taxa de criminalidade juvenil era altíssima e previa-se que esta tivesse um crescimento gravíssimo. No entanto no fim desta década notou-se uma diminuição espantosa do crime, chegando-se em 2000 á taxa de homicídios e de roubos mais baixa dos últimos 35 anos. Este facto relacionado com a legalização do aborto nos E.U.A 20 anos antes e a execução de uma série de abortos nos anos seguintes por mulheres com vidas complicadas a nível económico e emocional, pode significar que o nascimento de crianças indesejadas em ambientes desfavorecidos é propício ao aumento da criminalidade juvenil.
Com isto não quero eu dizer que os desfavorecidos e marginais devem fazer mais abortos. Ao contrário do que o movimento do “não” quer fazer o povo acreditar, os defensores do “sim” não promovem a efectuação de abortos. O que se deseja é que as mulheres que pretendem abortar tenham um acompanhamento de qualidade que possa evitar que tenham abortos em condições de risco ou mesmo que lhes proporcione condições para que não o façam. É hoje em dia sabido que os abortos clandestinos acontecem frequentemente em Portugal, o que nos indica que o facto de este ser ilegal não impede as mulheres de o fazer. Também sabemos que este tipo de abortos geram graves problemas físicos nas mulheres e que muitas vezes acabam por as matar. Por isso se somos a favor da vida também queremos evitar a morte de mulheres que fazem abortos em situação de risco. Por isso acho que se deve despenalizar o aborto, mas para isso é necessário fazer um esforço no sentido de se criar centros de apoio a mulheres grávidas com problemas, é necessário dar-lhes aconselhamento e oportunidade de criar um filho em condições ou se isso não for possível, em ultimo caso deve-se possibilitar a efectuação de um aborto em condições de segurança.
Estes são os argumentos de alguém que é a favor da despenalização do aborto e que está farto de uma campanha baseada em técnicas de persuasão mesquinhas e hipócritas que pretendem fechar os olhos dos portugueses para a realidade com comoventes imagens de embriões e com discursos emocionais que acusam os defensores do “sim” de assassinos. Os únicos dados reais que têm sido apresentados pelos partidários do “não” têm sido as estatísticas que demonstram que após as legalizações nos outros países, o número de abortos aumentou. Parecem-me a mim duvidosos estes dados, uma vez que me parece impossível que se saiba com precisão qual o número de abortos clandestinos existentes num país. No caso de estes dados dizerem respeito somente ás contagens feitas aos abortos legais, é natural estes tenham aumentado, uma vez que deixou de haver uma lei que proíba esta prática, mas por outro lado, o número de IVG clandestinos e inseguros deve ter diminuído e não há nada que prove que o número de abortos no total tenha aumentado.
O que sugiro é que se vote no que é melhor para a vida da população, se votarmos “não”, a situação fica na mesma (continuam a haver abortos clandestinos inseguros e mulheres a serem condenadas), se votarmos “sim”, estamos a salvar a vida de muitas mulheres e a incentivar a criação de um sistema eficaz de planeamento familiar e de apoio a mulheres grávidas que, quem sabe, poderá ajudar a diminuir o número de abortos.

Comments:
Diz não à máfia abortiva clandestina que faz abortos! VOTA SIM!
 
votar sim é votar a favor da despenalização do aborto até ás 10 semanas, é a solução mais víavel para combater o aborto cladestino que ao contrário do q se fala tem crescido desde o referendo de 98! diz não à hipocrisia daqueles q dizem agora não mas se tiverem de abortar fazem-no em espanha ou mesmo cá em clinicas de luxo, onde pessoas sem recursos não podem fazer remetem-do essas mesmas para abortos clandestinos sem qq tipo de condição ,higiene ou segurança! VOTAR SIM É COMBATER TB A HIPOCRISIA MEDIEVAL DO NOSSO PAÍS!
 
ABORTO: NÃO
Á pergunta do título do post, de certeza que a resposta é NÃO!
Que cada vez sejam mais raros, mais evitantes, mais seguros. Como Fazer isto? Muito fácil, amanhã votar SIM!!! SIM á despenalização da IVG, para que as mulheres parem de ser sujeitas a processos criminais profundamente ultrajantes, para que acabem os inquéritos invasivos, para que termine a persecução, enfim, para que deixe de haver uma lei que só não é aplicada graças a alguma benevolência por parte dos tribunais.
Esta campanha levantou muitas questões, esclareceu muita gente, e trouxe á tona algumas considerações e formas de pensar intrinsecas, herdadas ainda do tempo da velha senhora.
Inelizmente, ainda existe no interior da mentalidade d@s portugueses alguma repulsa pelo absoluto direito á autodeterminação, ao livre-arbítrio, á liberdade de escolha, daí que a ideia de que uma mulher, esse ser menor que necessita de tutela superior cujas decisões devem ser avalizadas por outrém, possa decidir livremente sobre quando, como e porquê interrompe voluntariamente uma gravidez, seja algo que ainda deixa muitas mentes incomodadas, muito espanto entre as pessoas...Paciência, habituem-se!
Quanto á demagoga questão da possível liberalização do aborto...bom, mais liberalizado do que está neste momento é dificil. A situação de aborto clandestino, onde simultaneamente se alimenta um negócio muitissimo rentável e sujo e se obriga as mulheres a sujeitarem-se a condições miseráveis de saúde e higiene, apenas porque sentiram necessidade de levar avante uma decisão, decisão essa tomada em segreddo, em solidão, em clandestinidade, não pode continuar. Como é possível toda uma sociedade compactuar com um negócio que é "ás claras, clandestino"?!
Amanhã, é a nossa última oportunidade de dar mais este passo nesta caminhada de 30 anos de democracia, cabe-nos a tod@s votar SIM, para que a nossa sociedade demonstre que ao menos a, para uns, famigerada liberdade de escolha existe!!!
 
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