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Sunday, November 12, 2006

 

O Perfume - a arte da aromatização


Ontem vi um filme muito interessante, é sobre um assassino que afinal se revela um anjo. O Perfume - História de Um Assassino é o titulo do livro que serviu de modelo para esta obra cinematográfica. Infelizmente não li o livro, mas segundo me disseram o filme respeitou o seu mestre e foi-lhe fiel. É uma história muito bonita, tem uns acordes de romance, uns tons de policial e um aroma a thriller psicológico, deixando no fim um toque de surrealismo. As imagens que decoram a tela são espantosas, tanto as decadentistas como as de beleza convencional, há um especial cuidado com as cores que quase substitui o sentido que é exaltado no filme, O olfacto. A maneira como este é explorado despertou em mim um grande fascínio por esta história desde o princípio. Este sentido tão desprezado pelo mundo não entra para a lista de sentidos que são estimulados pelas artes. Temos a visão a ser acariciada pela pintura, pela escultura ou mesmo pelo cinema ( este filme trata-nos muito bem esse sentido), temos também a audição a ser sensibilizada pelas notas e tons que toda a variedade musical nos oferece, não nos podemos esquecer da arte culinária que nos delicia o paladar e também o olfacto. Porém não podemos dizer que haja uma arte dedicada ao olfacto, temos a aroma terapia, a perfumaria, mas serão artes? Para os entendidos obviamente serão. Então e uma arte direccionada para o tacto, existe? É uma ideia, uma arte que explore a beleza das texturas.
Acho que se pode dizer que o cinema hoje em dia é a arte que mais sentidos e mais elementos da percepção humana explora, no entanto neste filme fica-nos a faltar sentir os aromas dos ambientes visualizados e ouvidos, talvez no futuro isso possa a vir ser feito. Vão ver este filme e deixem-se seduzir por todo o seu aroma.

Comments:
Belo texto. Vens da Índia, um dos países com uma enorme tradição em odores. Para o bem e para o mal.

Queres uma arte para o tacto? Quando te apaixonares a sério, encontrarás essa arte.

Abraço
 
Já pude experienciar (nomeadamente com a leitura d'O Perfume) que uma obra de arte pode abranger vários sentidos. Pode parecer imagético, mas a verdade é que todos os cheiros, independentemente de serem bons ou maus, foram sentidos pelas minhas narinas à medida que lia essa enorme compilação de aromas oitocentistas (que são, na realidade, intemporais). Também é verdade que saí da sala de cinema meio desiludido, porque, pessoalmente, não o achei fiel.. Tentei dissociar a leitura do livro do visionamento do filme e "sim senhor, grande filme!", mas voltando eu a pensar no livro... há elementos fulcrais que foram simplesmente postos de parte. Falta de tempo? Afinal, são duas horas e meia que passam a correr (tudo o que é bom, passa depressa, é assim que se diz, não é?), mas que não me deixaram a boiar em aromas durante uma semana, como o bom do livro. Mas isto não passa de uma opinião pessoal e já chega de dissertar...





(A arte de tactear... a deliciosa arte de tactear!)
 
Seremos et's em Urântia?

Abraço.
 
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