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Saturday, May 13, 2006

 

Migração e racismo.

Estou agora a ver o programa da RTP 1, Prós e Contras e estão presentes o euro deputado António Vitorino, Rui Marques, o alto comissário da ACIME (alto comissariado para a imigração e minorias éticas), uma instituição, que na minha opinião tem um papel notável na nossa sociedade; e o sociólogo Rui Pena Pires. O tema deste debate é algo que me interessa e de que gosto de me informar, a imigração. Têm-se debatido questões interessantes, como a identidade europeia, o racismo e a xenofobia. A primeira questão que a apresentadora Fátima Ferreira agressivamente lançou na mesa foi sobre a ameaça que a imigração para a Europa, representava á identidade europeia “mais branca” e de tradição judaico cristã. A agressividade com que a questão foi disparada não assustou nenhum dos convidados, nenhum deles se desviou ou fugiu á questão, enfrentaram-na com os seus meios de defesa infalíveis. Rui Marques e António Vitorino começaram por chamar a atenção para o facto de antes da influência judaico cristã, ter havido um império grego e romano, que por exemplo têm grande responsabilidade no sistema político que caracteriza a Europa. Também foi frisado que ainda há um século, uma parte significativa da Europa era dominada pelo império Otomano, de religião islâmica. Também não se pode esquecer países como a Albânia, Bósnia Herzegovina, kosovo, etc, que não são assim tão “brancos” e onde o islamismo é a religião dominante. Falou-se também nesta religião e no povo muçulmano como um grupo que é temido e considerado suspeito por muitos europeus. Relativamente a isto, António Victorino chamou a atenção apara o facto de as principais vitimas deste problema serem os muçulmanos que respeitam a lei e a ordem e que são inocentemente mal tratados por grupos extremistas. Também falaram de uma terra chamada vila (não me lembro do nome) onde estão muitos brasileiros por iniciativa da câmara municipal. Enfrentando o problema da desertificação, assim como muitas aldeias do interior, esta terra e os seus habitantes, principalmente aqueles que têm mais poder politico, decidiram dar casas e emprego a imigrantes brasileiros como forma de os ajudar a ter uma vida melhor e possibilitando o desenvolvimento da vila. Nunca tinha ouvido falar desta ideia, mas de facto é uma óptima maneira de matar dois coelhos de uma cajadada só. Discutiu-se este assunto numa aula em que a matéria tem haver com sociedades em rede, economia, sociologia e desenvolvimento. Houve a discussão sobre se serão boas estas medidas, se não será um contributo para o desaparecimento da nossa identidade cultural. Eu acho que não e acho essa conversa ridícula. As causas principais para a desintegração de identidades culturais têm sido a massificação cultural impulsionada pelos modelos de sociedade ocidentais, sendo os EUA e a Europa os grandes responsáveis. Nunca a migração destruíu identidades, a não ser no colonialismo, talvez, mas isso muitas vezes foi por imposição. Acho que na maioria dos casos, o contacto entre duas culturas até resulta em exaltação de cada cultura. Se virmos o caso árabe, que com as manias americanas de se intrometerem nas suas politicas e as tentativas de impor regimes de democracia americana, estes criaram uma maior ligação com a sua própria cultura e religião. Os emigrantes quando se juntam em comunidades reafirmam os seus valores e tradições culturais como meio de união e de combate á saudade da terra natal. Penso que ao se encontrarem indivíduos de diferentes culturas, estes gostam de mostrar a sua cultura, comparar e ver as diferenças e similaridades. Exemplo disso foi uma situação que experienciei há pouco tempo. Foi na Páscoa ortodoxa, a dia 23 de Abril. Fui ao parque das merendas do guincho onde estavam uns quantos imigrantes de leste. O meu propósito nesta experiência foi recolher informação para uma reportagem, então esforcei-me ao máximo para registar a realidade ali presente. Encontrei, eu mais uns amigos, um caso interessante de interculturalidade em harmonia: Um casal de russos apadrinhado por uma família de Lamego, que estavam juntos numa mesa de madeira onde partilhavam pratos típicos russos juntamente com folar, queijo e vinho típico de Lamego.
Em relação ao caso da vila (não me lembro do nome), acho que se devia fazer o mesmo com todas as aldeias que estão em processo de desertificação, mas com todo o tipo de imigrantes, chineses, PALOPS, de leste, brasileiros e etc. Na minha opinião tem que se acabar com essa atitude de dizer que os imigrantes vêm para cá roubar emprego aos portugueses, esses empregos estão abertos para toda a gente, mas se os portugueses preferem viver á custa de um fundo de desemprego ou não se querem sujeitar a certos trabalhos por complexo de superioridade, o problema não é dos imigrantes

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