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Tuesday, October 11, 2005

 

O incrivel mundo de Azi parte II (Fronteira com Meyukia)

Mal saiu de casa, Azi foi a uma mercearia que vendia Absinto caseiro e foi para a beira do mar para ver se afogava seus pensamentos, mas em vez disso deparou-se com uma tempestade de absinto que deixou as suas dúvidas e conclusões á deriva. Pensou em ir viver para uma zona rural onde pudesse viver á custa e segundo a vontade da natureza, pensou que os seus horizontes eram mais longínquos, pensou que eram mais longínquos que a própria realidade e permaneceu á deriva. Enquanto seguia esta linha de raciocínio era atacado por pensamentos de preocupação com a sua situação familiar, sua situação social e sua situação psicológica. No meio de tanta preocupação foi salvo pela lembrança de que tinha combinado com o professor irem conversar e beber um copo. Este pensamento acalmou-o, sentiu-se abraçado por uma energia azul que já conhecia de outras experiências com alucinogénicos e que lhe dava uma grande paz interior. Este reconforto vinha do facto de ir falar com uma pessoa que lhe transmitia uma grande paz e com quem sentia que podia falar livremente, Azi não percebia se eram os olhos profundos do professor ou sua voz apaziguante mas a verdade é que com ele sentia-se compreendido e seguro.
O telefone tocou, seriam os seus pais? Tirou o telemóvel do bolso viu que o numero era desconhecido e não atendeu com receio que fossem os pais. Dois minutos depois recebeu uma mensagem, era seu professor a perguntar quando e onde queria se encontrar com ele. Sugeriu um parque junto ao mar onde havia uma esplanadazinha. Passada uma hora foi lá ter, o professor ainda não tinha chegado. Resolveu sentar-se e pedir algo para comer pois não comia desde que saíra de casa e o absinto misturado com o fumo canabinólico já se sentiam como um tornado na cabeça e no estômago. Na verdade estava inquestionavelmente embriagado, deu por si a cair em momentos em que nada era concreto e real, seu próprio corpo era abstracto. A queda fazia o acordar como de um sonho, sentia-se transitar por diferentes dimensões. Foi numa destas descidas em que foi amparado por uma mão nas costas, era o seu professor a trazê-lo de volta.
-Então que cara é essa? -perguntou o professor sorrindo ao ver os olhos de pânico do aluno.
-Não é nada stôr, estava só distraído e assustei-me -desculpou-se o aluno.
-Podes-me tratar por Jaime – sugeriu o extrovertido professor e prosseguiu.
– Tu andaste a beber algo com álcool, o que é que foi, para pedir para mim? -
O jovem riu-se e respondeu – Acho que não há aqui, foi absinto caseiro.
-Mas não foi só absinto pois não? - Perguntou Jaime.
-Onde é que quer chegar Jaime? - Respondeu Azi.
-Azi, acho que se pode dizer que já atravessei o mesmo caminho que tu estás a atravessar.
-Está a falar da adolescência?
-Estou a falar de experiências.
-Que tipo de experiências?
- Experiências com drogas.
Azi levantou-se e começou a gritar – Desculpe lá mas se é para levar o sermão que ia levando em casa bazo já!
-Senta-te, vamos conversar como dois amigos, tás á vontade comigo.
Azi sentou-se desconfiado e perguntou: -Não foram os meus pais que lhe pediram para falar comigo?
Ao que o professor respondeu sorrindo – Não, está descansado. Sabes já algum tempo que tenho vindo a reparar em certas coisas que me levaram a tirar estas conclusões, primeiro pela cara com que vinhas para as aulas deu logo para ver que fumas ganzas, não vejo problemas nisso desde que não faças disso a tua vida, eu próprio de vez em quando também gosto de fumar o meu charrinho, é verdade ou mentira que o andas a fazer?
-È verdade mas pode estar descansado que não faço disso a minha vida –
– Mas abusas?
-Aah, não muito, por vezes...Quer dizer eu...-
-Mas também não é por isso que estamos aqui, diz me lá também andas a tomar alucinogénicos-
-O que é que o leva a pensar isso-
-Já passei por essas experiências e reconheço a maneira exaltada e sentida como discutes filosofia, é como se isso fosse o tema central da tua vida, aposto que até sentes arrepios...
-Sinto - disse Azi com um sorriso arrepiado - E também é verdade que já tomei uns alucinogénicos, mas só naturais Jaime.
- Ainda bem que andas só pela natureza e que o admites... Gostava de te levar a um sítio e apresentar-te a umas pessoas que já te querem conhecer faz algum tempo, vais gostar de conhecer tenho a certeza.
-Mas quem é que me quer conhecer?
-Vês isso depois, não tens nada planeado para as próximas horas?
-Não.
-Então vamos á serra.
-Vou só avisar os meus pais que estou consigo.
Enquanto estavam a ir para o carro do Jaime, Azi telefonou aos pais, pediu-lhes desculpa e disse para estarem descansados que estava com o professor de filosofia. Os pais compreenderam e desculparam-no mas exigiram que tivessem uma conversa séria no dia seguinte.
Chegaram a uma clareira num ponto alto da serra onde se sentia uma energia revitalizadora, a temperatura era a ideal e a beleza do sitio fez com que Azi se sentisse parte de uma obra de arte. Olhou para o chão, notou que era areia, descalçou-se, olhou á volta e deliciou-se com paisagem de sonho. As arvores variavam entre vários tons de verde vivo, atrás destas via-se o mar no seu azul límpido com tons alaranjados devido ao pôr-do-sol. O céu estava com aquela mistura de cores como o cor-de-rosa, o violeta e os variados tons de azul típicos do fim do dia.
-Que sítio é este? - Perguntou Azi a Jaime. - Este sito é um dos raros sítios na terra onde se sente a perfeição de perto. Este lugar está abençoado com um shakra muito positivo, é dos poucos sítios da terra que devido á excessiva carga energética e espiritual permite àqueles que tem um bom desenvolvimento espiritual atravessar a barreira da sua percepção atingindo um nível superior de percepção. È a este nível que eu te quero levar, que tu sempre sonhaste ir e onde pessoas esperam por ti. Estás pronto? -
-Não posso dizer que estava preparado mas estou muito curioso e quero já conhecer esse novo mundo. - Respondeu Azi entusiasmado.
- Então segue-me -sugeriu o professor com aquele olhar que Azi admirava.
Andaram nem 5 minutos por um caminho de areia com árvores á volta que se fechavam dando origem a um túnel de árvores. Quando chegaram a um ponto onde não se via nada, Jaime sugeriu que abrandassem. Entretanto começou-se a sentir um aroma estranho mas agradável. Azi nunca tinha sentido tal aroma mas estava a gostar apesar de o fazer sentir tonto. À medida que avançavam o cheiro ia-se intensificando assim como a agradável tontura que por fim os fez desmaiar.·
Quando acordou Azi não sabia onde estava, sentia-se revitalizado e novo como se tivesse acabado de nascer. Abriu os olhos e a única coisa que conseguiu ver foram borboletas. Quando as observou melhor reparou que estas para alem de terem simpáticas expressões e olhares, algumas tinham cores que o rapaz nunca tinha visto na vida, outras tinham milhares de cores estranhas numa borboleta como o Azul índigo luminoso, o verde, o amarelo, o rosa, o roxo em variadíssimos tons fluorescentes e luminosos. Quando os simpáticos animaizinhos coloridos e voadores se dissiparam reparou que estava dentro de uma bola gigante de cores que iam variando como certos protectores de ecrã de computadores, a única diferença é que isto era a realidade circundante. Resolveu levantar-se para procurar uma resposta ao enigma em que se tinha tornado a sua percepção, estaria a sonhar, estaria acordado, estaria drogado? Mas sentia-se completamente lúcido, a única coisa estranha era a realidade que o rodeava. Lá tentou levantar-se mas ao esticar os braços e as pernas estas bateram no vazio, assustou-se e foi assim que percebeu que estava a flutuar no ar. Esta ideia assustou-o mas ao olhar para o lado viu Jaime a voar e a dar cambalhotas divertido acompanhado das borboletas que Azi vira ao acordar. Este momento espantou o jovem e deixou-o verdadeiramente encantado, assim que conseguiu captar a atenção do seu professor e amigo perguntou-lhe o que se passava e onde estavam. Jaime respondeu:
- Estamos na fronteira com Meyukia, a terra com que todos sonham.
-E quando é que vamos para Meyukia- Perguntou Azi -Primeiro tens que provar que acreditas que tudo é possível, só assim passas a fronteira, só assim consegues voar e se conseguires voar recebes automaticamente o visto para entrar em Meyukia.
-Mas eu já estou a voar.
-Não, estás a flutuar que é o que acontece a quem entra aqui, tens que te conseguir deslocar de um lado para o outro voando.
Azi foi tentando um pouco hesitante até que tomou consciência que tudo era possível e quando deu por si estava a voar alegremente pela bola gigante onde estavam.
-Então e agora, já posso entrar? - Perguntou Azi radiante.
-Vamos a isso, segue-me - respondeu Jaime voando para a parte de cima da bola onde estavam fechados.
Chegaram ao ponto mais alto da bola e Azi começou a ver que a pele da bola naquela zona tinha uma certa transparência de onde se via um planetazinho colorido. Viu o seu professor entrar nessa transparência e foi atrás. Subiram por um tubo com a mesma textura da bola onde estavam, de repente Azi sentiu a gravidade a mudar de sentido e em vez de estar a subir estava a cair. Foi então que começou a voar juntamente com Jaime perfurando nuvens quentes e atravessando mini galáxias de variadíssimas cores. A certa altura Azi foi surpreendido por uma espécie de dragão fofinho, amigável que lhe pareceu estar a querer comunicar com ele. Olhou para o professor com um ar interrogativo e este disse-lhe:
-Ele está a pedir que montes nele, ele e o amigo dele que já vem ai vão nos levar ao templo de Meyukia onde estão as pessoas que querem falar contigo.
Os dois companheiros montaram cada um num amigável dragão meyukiano e lá foram andando pelo incrível mundo de Meyukia

A CONTINUAR... MEYUKIA AINDA VAI SURPRENDER QUEM QUISER CONHECER.

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